quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

epílogo 3


Andando com dificuldade e deixando um rastro de sangue de sua perna ferida um homem se afasta furtivamente do conflito na viela. Sua perna pulsa de dor a cada pisada devido à mordida do cachorro. Mas ele não teme por seus perseguidores e não tenta despistar seus rastros. Está escuro demais para perceberem os rastros de sangue e quando o dia chegar já será tarde demais.

AS SOMBRAS DOS HOMENS - terceira parte

Quando foram reunidos novamente o grupo já considerava Caittah como membro. Ele decidira ficar na guarda da bela Teufeldorf.

Um homem foi assassinado durante a madrugada, enquanto vocês estavam fora. Seu corpo coberto de seu sangue, estirado e contorcido num beco. Mas não há nenhum ferimento de onde esse sangue jorrou. Assim começou o barão Harald que os levou até o corpo da vítima. Havia sangue seco por todo seu corpo e principalmente sobre o abdome, mas não havia nenhum ferimento.

Se informaram de que se tratava de um comerciante da cidade e descobriram também onde ele residira. E que na noite do assassinato ele esteve na Taverna Corvin. Cyprian foi fazer perguntas para Druom, o taverneiro enquanto Kristine foi a Igreja em busca de seus equipamentos. Caittah e Sebastian foram à casa do falecido Geremiah para fazer perguntas. Lá encontrou sua esposa e uma vizinha. Elas disseram que Geremiah era um bom homem, embora de temperamento forte e briguento. Ele esteve com o filho, que é membro da guarda e mais um amigo, na Taverna Corvin e era sócio de Fallen, em uma casa de produtos agrícolas.

Quando saiam da casa encontraram-se com Kristine que se aproximava e decidiram ir até o comércio, conversar com o tal Fallen. No caminho explicaram para Caittah sobre Fallen e seus três enforcamentos. Chegando lá o encontraram dando orientação á um dos seus empregados que atendia a um grupo de compradores e quando Fallen avistou os três soldados respirou fundo e automaticamente pôs sua mão sobre a cicatriz que têm na garganta.

Conversando com o aliviado Fallen, descobriram que Geremiah tinha muitas rixas com comerciantes de origens variadas. Mas que, certamente, a pessoa com quem mais teve atrito foi o nobre dono de terras Judas. E lhes explicou onde o encontrar. Ele enfatizou, “Não é porque Geremiah brigava com Judas e o acusava de sabotagem, que é Judas responsável pelo ocorrido, mas se têm alguém a quem Geremiah deu dor de cabeça, esse alguém é Judas”.

Eles então se reúnem a Cyprian na Taverna onde ele bebia e conversava com Druom que revelou alguns detalhes da noite anterior. Como que Geremiah bebia muito e com freqüência era preciso mandá-lo embora para fechar a taverna. Seguiram em seguida para casa de Judas, um velho ranzinza, esnobe e avarento que os recebeu bastante mal quando percebeu a insinuação explicita naquela visita. Tendo porém não descoberto nada de importante decidiram entre si que iriam se reunir ao anoitecer para patrulharem as ruas.


Caittah aproveitou esse meio tempo para procurar um membro da Igreja de Ezra que deveria ser seu amigo, contato e confidente. Thomas era seu nome e o recebeu de braços abertos em sua casa abarrotada de livros onde vive com a filha pequena, quando identificou através de código, quem era Caittah. Passaram a tarde conversando.

A noite eles andaram pelas ruas escuras de Teufeldorf até que iniciaram uma perseguição a um vulto que os espalhou pelas ruas. E quando o cão de Sebastian o mordeu aquele que corria, eles foram atacados na escuridão e lutaram às cegas. Tiveram pouca sorte, de início, mas quando Kristine convocou o poder do Senhor da Manhã em seu pingente sagrado e parte da noite se tornou dia com a luz que dele emanava ela se viu confrontando uma sombra em forma de homem – caricatura horrível da vida humana - que pereceu rapidamente se desfazendo no ar como cinzas que são levadas pelo vento. E um atrás do outro, quando ela alcançou os demais sua luz debilitou as criaturas de sombra que se parecia de forma grotesca com um homem. Quando procuraram aquele que perseguiam encontraram algo pior que as sombras. Um homem que era semelhante a uma sombra. Sua pele em eterna mutação, uma arma na mão e um sorriso torto no rosto.

Tenho certeza que no peito de cada um dos nossos protagonistas o coração bateu mais aceleradamente, como bate o coração de um homem que encontra a morte ou algo como isso que sugere que há algo pior do que ela. Suas armas atingiram o alvo, mas as sombras o protegia. Sua mão, com uma espada sombria golpeava os nossos heróis. Mas com a benção do Senhor da Manhã a criatura pereceu e as sombras abandonaram seu corpo deixando para trás um corpo vazio de alma e com um sorriso perturbador que se negou a abandoná-lo mesmo depois da morte.